sexta-feira, 14 de março de 2008

Os Negócios de Sócrates

A Casa de Sócrates no registo predial, não passa de um simples apartamento.

Na verdade trata-se de uma casa senhorial no coração de Lisboa. São cinco assoalhadas dum 3º andar no edifício Heron Castilho. Tem 150 metros quadrados, avaliados em 800.000 euros, que custaram em Fevereiro de1996, 240.000 euros.

Antes vivia num modesto apartamento T2 na calçada Eng. Miguel Pais, em São Bento. Na garagem tem um Mercedes C230. Longe vão os tempos em que conduzia um modesto Rover 111.

Além disto frequenta restaurantes caros e usa fatos de marca. Como pode Sócrates viver como um homem rico, com 82 mil euros brutos (57 mil líquidos) que declarou ao Tribunal Constitucional ganhar por ano? Diz não ter rendimentos de quaisquer empresas, acções ou planos de poupança. O único património que diz ter é o carro, a casa e ordenado.

Esqueceu-se de dizer que foi sócio da Sovenco? Sociedade de Venda de Combustíveis Lda., com sede na Reboleira, Amadora, em que está registado na matrícula da sociedade. No seu site, Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, não consta este pormenor.

Segundo fontes, o Ministério Público está a investigar os investimentos governamentais efectuados nas áreas do tratamento de resíduos urbanos, e a sua relação com o financiamento de actividades partidárias, durante o período em que José Sócrates exerceu funções governativas (Ministro do Ambiente de António Guterres).

Uma das principais dúvidas recai sobre o processo de adjudicação do concurso para o sistema da recolha e tratamento de resíduos do Planalto Beirão.

A Sovenco, criada em 1990, era uma Sociedade de Venda de Combustíveis. A sua constituição: Armando Vara, Fátima Felgueiras, José Sócrates, Virgílio de Sousa.

Sócrates finge, agora, não se lembrar dessa sociedade que fez. E porque se tenta ele esquecer?

Porque:

Armando Vara - condenado a 4 anos de prisão (pena suspensa); no entanto recebeu o prémio do amigo José Sócrates, e agora é ADMINISTRADOR DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, com 20.000,00 euros por mês, mais extras.

Fátima Felgueiras - andou foragida da Justiça no Brasil dois anos; HOJE É ELEITA PRESIDENTE DE CÂMARA DE FELGUEIRAS, e tem imunidade parlamentar.

Virgílio de Sousa - condenado a prisão por um processo de corrupção no Centro de Exames de Condução de Tábua.

Compreende-se que Sócrates não se queira lembrar. Que "ricos" amigos, hein?... Como é mesmo aquele provérbio?...

"Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!"

Sócrates já não se lembra...Convém que o pessoal não se esqueça!!!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Armando Vara - artista da corda

Armando Vara é uma grande figura da democracia portuguesa.

Foi ele que inventou as matrículas com letra K quando foi secretário de estado, foi ele que inventou a tolerância zero nalgumas estradas assassinas em que o Estado não investiu um chavo, foi ele que esteve envolvido na célebre Fundação para a Prevenção e Segurança e foi ele que Jorge Sampaio obrigou António Guterres a demitir através de um ultimatum, por causa das broncas com a célebre fundação.

O homem fez de morto político e acabou por entrar para a administração da Caixa onde antes, muito antes, tinha sido um modesto, mas já ambicioso, empregado de balcão.

Vara é unha com carne com Sócrates e tem um percurso político e académico que parece clonado do primeiro-ministro. Ambos têm uma formação académica de alto gabarito, licenciados na Universidade Independente. E se Sócrates teve o brio de ver a sua licenciatura passada a um domingo, Armando Vara teve a sua licenciatura passada três dias antes de entrar como administrador da Caixa Geral de Depósitos.

Agora está de volta ao sucesso. E aí está outra vez o transmontano a subir a corda a pulso socialista. Como tem saber e talento para tanta subida não se sabe, mas que Vara salta bem na dita que ninguém duvide.

Vejam este extracto de uma notícia do Público, do ano passado:

Ex-professor de Sócrates envolvido no projecto Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara

20.04.2007 - 09h03 - José António Cerejo , PÚBLICO

Armando Vara, quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o-Novo.

Para fazer as obras serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.

Com 3500 contos (17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral de Depósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em 1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente.

Tratava-se de fazer uma casa nova, com 335 m2, a partir de uma quase ruína de 171 m2. O alvará foi emitido em 2000 e a moradia, que nunca teve grande uso e se encontrava praticamente abandonada, ficou pronta meses depois. Já em 2005, Vara celebrou um contrato para a vender a um particular por 240 mil euros, mas o negócio acabou por não se concretizar.

Onde a história perde a banalidade é quando se vê quem projectou e construiu a moradia. O projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais. Os projectos de estabilidade e das redes de esgotos e águas foram subscritos por Rui Brás. Já as instalações eléctricas são da responsabilidade de João Morais. O alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope.

A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara entre Novembro de 1995 e Março de 1996. Nessa altura, recorde-se, foi nomeado director do GEPI por Armando Vara - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates o título de licenciado em Engenharia pela UNI.

O BCP continua no bom caminho como se pode ver.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Os Nossos Governantes e os Jactos Privados

Pronto! Finalmente descobrimos aquilo de que Portugal realmente precisa: uma nova frota de jactos executivos para transporte de governantes. Afinal, o que é preciso não são os 150 mil empregos que José Sócrates anda a tentar esgravatar nos desertos em que Portugal se vai transformando.
Tão-pouco precisamos de leis claras que impeçam que propriedade pública transite directamente para o sector privado sem passar pela Partida no soturno jogo do Monopólio de pedintes e espoliadores em que Portugal se tornou. Não precisamos de nada disso. Precisamos, diz-nos o Presidente da República, de trocar de jactos porque aviões executivos "assim" como aqueles que temos já não há "nem na Europa nem em África". Cavaco Silva percebe, e obviamente gosta, de aviões executivos. Foi ele, quando chefiava o seu segundo governo, quem comprou com fundos comunitários a actual frota de Falcon em que os nossos governantes se deslocam.

Voei uma vez num jacto executivo. Em 1984 andei num avião presidencial em Moçambique. Samora Machel, em cuja capital se morria à fome, tinha, também, uma paixão por jactos privados que acabaria por lhe ser fatal. Quando morreu a bordo de um deles tinha três na sua frota. Um quadrimotor Ilyushin 62 de longo curso, versão presidencial, o malogrado Antonov-6, e um lindíssimo bimotor a jacto British Aerospace 800B, novinho em folha. Tive a sorte de ter sido nesse que voei com o então Ministro dos Estrangeiros Jaime Gama numa viagem entre Maputo e Cahora Bassa. Era uma aeronave fantástica. Um terço da cabina era uma magnífica casa de banho. O resto era de um requinte de decoração notável. Por exemplo, havia um pequeno armário onde se metia um assistente de bordo magro, muito esguio que, num prodígio de contorcionismo, fez surgir durante o voo minúsculos banquetes de tapas variadíssimas, com sandes de beluga e rolinhos de salmão fumado que deglutimos entre golinhos de Clicquot Ponsardin. Depois de nos mimar, como por magia, desaparecia no seu armário. Na altura fiz uma reportagem em que descrevi aquele luxo como "obsceno". Fiz nesse trabalho a comparação com Portugal, que estava numa craveira de desenvolvimento totalmente diferente da de Moçambique, e não tinha jactos executivos do Estado para servir governantes.

Nesta fase metade dos rendimentos dos portugueses está a ser retida por impostos. Encerram-se maternidades, escolas e serviços de urgência. O Presidente da República inaugura unidades de saúde privadas de luxo e aproveita para reiterar um insuspeitado direito de todos os portugueses a um sistema público de saúde. Numa altura destas, comprar jactos executivos é tão obsceno como o foi nos dias de Samora Machel. Este irrealismo brutalizado com que os nossos governantes eleitos afrontam a carência em que vivemos ultraja quem no seu quotidiano comuta num transporte público apinhado, pela Segunda Circular ou Camarate, para lhe ver passar por cima um jacto executivo com governantes cujo dia a dia decorre a quilómetros das suas dificuldades, entre tapas de caviar e rolinhos de salmão. Claro que há alternativas que vão desde fretar aviões das companhias nacionais até, pura e simplesmente, cingirem-se aos voos regulares. Há governantes de países em muito melhores condições que o fazem por uma questão de pudor que a classe que dirige Portugal parece não ter.

Vi o majestático François Miterrand ir sempre a Washington na Air France. Não é uma questão de soberania ter o melhor jacto executivo do Mundo. É só falta de bom senso. E não venham com a história que é mesquinhez falar disto. É de um pato-bravismo intolerável exigir ao país mais sacrifícios para que os nossos governantes andem de jacto executivo. Nós granjearíamos muito mais respeito internacional chegando a cimeiras em voos de carreira do que a bordo de um qualquer prodígio tecnológico caríssimo para o qual todo o Mundo sabe que não temos dinheiro.

Mário Crespo, escreve à 2ª feira no Jornal de Notícias

O Deputado António Preto

António Preto, deputado do PSD cujo nome apareceu associado a um processo de corrupção em 2003 no Centro de Exames da Tábua e que foi apanhado numa escuta policial em que recebia uma mala de dinheiro de um empresário da Amadora, será o relator do novo projecto de transposição da Directiva europeia de combate ao branqueamento de capitais.